Estava triste e desanimado. Sentia uma solidão enorme no coração, mas, ao mesmo tempo, considerava-se valente e corajoso por ter conseguido sobreviver a tudo o que lhe aconteceu.
Foi navegando no mar e houve um momento em que um polvo apareceu e lançou uma tinta roxa que invadiu os olhos do barco e que, por alguns instantes, o deixou sem ver nada. Nesses instantes o polvo tentou comê-lo, mas, de repente, apareceu um golfinho que, sem saber quem ele era, salvou o barco e o polvo não o conseguiu comer. Com medo o polvo fugiu.
Passado um bocadinho, o barco abriu os olhos e ao seu lado estava o golfinho que o salvou.
O golfinho tinha um sorriso como o Neblina Branca nunca antes vira, tinha uns olhos brilhantes, reluzentes, perfeitos, amorosos… tinha um corpo azul… O golfinho era lindo, verdadeiramente indescritível.
– Olá! – cumprimentou o golfinho. – Estás melhor?
– Sim, obrigado! Mas... Quem és tu?! – perguntou o barco espantado.
– Fui eu quem te salvou do polvo.
Foram conversando ao longo da viagem, empurrados por uma brisa suave, até que, subitamente, uma tempestade se aproximou e a maré, muito forte, levou o barquinho, que estava cansado de mais para contrariar a força da corrente. Mas o golfinho manteve-se sempre atrás dele, até chegarem a uma terra que ele desconhecia.
Olharam à sua volta e viram um barco muito grande, que na sua face lateral tinha escrito Paris. O barco e o golfinho pensaram logo que estavam nessa cidade, Paris.
De repente um homem pega no Neblina Branca e leva-o consigo.
O golfinho gritava:
– Não, não! Deixe-o em paz!
– Amigo! – chamava o Neblina Branca, suplicando por ajuda.
O golfinho foi-se embora, triste, sem esperança de encontrar um amigo igual ao barquinho.
Quanto ao Neblina Branca, o homem deu-o ao seu filho, que era bebé. Escusado será dizer que o bebé rapidamente o rasgou.
E é assim. Muitas vezes isto acontece na vida real, perder um amigo por causa de uma pessoa que não respeita os laços de amizade dos outros.
Inês
Lomba, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora) [criação original a partir da leitura de um excerto da obra A máquina de fazer palavras, de José Vaz]
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