A areia estava molhada, o que despertou no pescador a lembrança da textura da cauda da sereia, o mar encontrava-se bravo, tal como no dia em que ele a descobrira, e o vento soprava forte. À sua direita, um caranguejo-eremita escondia-se na sua própria carapaça. À sua esquerda, uma rocha cinzenta, como as nuvens daquele dia, cheia de mexilhões, que se parecia com um peixe. Sem sinal da sereia, o pescador regressou para casa, destroçado com o que lhe acontecera outra vez.
Gonçalo Coelho, 6.º A (E.B. de Vila Praia de
Âncora) [criação original a partir das Lendas do Mar, de José Jorge Letria]
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