– Credo! Que casa velha! – exclamou Maria. – É tão velha como a nossa avozinha!
– Maria, não fales assim da nossa avozinha! – repreendeu-a o Joaquim.
Andaram, andaram, andaram… até que descobriram um baú.
– Sou eu a primeira! – riu-se a Maria enquanto empurrava o Joaquim.
– Parva! – disse o Joaquim por a Maria o ter aleijado.
Maria chegou lá e tentou abrir o baú. Não estava a conseguir porque era velho e estava enferrujado.
– Bem feito! – afirmou o Joaquim. – Querias ser tão rápida e, afinal, não consegues abrir o baú.
– Ai não, então observa!
De repente conseguiu. No entanto, reparou que só tinha um mapa. Maria perguntou ao Joaquim:
– Mas o que é isto? Para que serve?
– Não sei, mas vamos segui-lo! Ainda por cima é dentro desta casa! – admirou-se Joaquim.
Procuraram. Encontraram várias bonecas tão feias com a noite escura, ouviram vozes e ruídos, até que chegaram ao local.
– Cá está, encontrámos outro baú. O tesouro deve estar aqui. Acho que estou a tremer que nem varas verdes! Tenho muito medo!
– Tens razão! Eu estou a sentir-te a tremer! – gozou Joaquim com Maria.
– Deixa de ser parvo! Vamos é abrir este baú.
– Se acontecer alguma coisa de mal – suspirou o Joaquim –, eu só te quero dizer que gosto muito de ti!
– Deixa-te disso. O que é que poderia acontecer de mal? Abrimos aos três! – sugeriu a Maria. – Um, dois, três! Ahhhhhhhhhhhhhh!!!!
Dentro do baú havia ossos de pessoas mortas. Joaquim e Maria fugiram a sete pés, como se não houvesse amanhã.
A partir desse dia nunca mais meteram o bedelho onde não eram chamados.
Camila Neto, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora) [criação original a partir de um excerto da obra O Sol e o Menino dos Pés Frios, de Matilde Rosa Araújo]
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