Subi até ao pontão e, quase na ponta, sentei-me com o olhar na direção do infinito, pensando nos meus amigos que já não via há muito.
De repente ouvi um murmúrio… Seriam os búzios? Não, parecia um pedido de ajuda, aflito, leve, num tom agudo. Olhei a toda a volta. Foi então que vi uma figura humana numa rocha.
Fui lá ver. Subitamente, “pum pum”, dois relâmpagos rebentaram e começou a chover. Quando lá cheguei vi que era uma sereia, daquelas das lendas contadas pelos velhos marinheiros. Estava ferida, a esvair-se em sangue.
Sem nada dizer, fui buscar ligaduras e um penso à prova de água a uma cabana de surfistas, próxima da costa.
Quando cheguei lá a sereia disse:
– Obrigada, toma este colar que te ajudara. É um amuleto.
Peguei no colar, pousei-o na areia e coloquei-lhe a ligadura à volta da cauda. De súbito ouviu-se um trompete e a sereia voltou para dento de água. Mas primeiro perguntou-me o nome.
– Como te chamas? – perguntou.
– Inês, e tu? – voltei a perguntar, curiosa.
– Estrela – respondeu.
É daquelas amigas que nunca esquecerei. Agora vou todos os dias à praia procurá-la, mas nunca a encontro. Só pedras, búzios, conchas, areia, água e peixes.
Ah! Se a vires, diz-me…
Inês Malheiro, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)
Sou a tua fá nº 1, adorei o teu texto, escreves sempre á volta da AMIZADE, é um sentimento deveras importante para ti... não te esqueças eu também sou tua amiga. bjs
ResponderEliminarCristina Malheiro
Inês, eu acho que já vi essa sereia por algures!
ResponderEliminarEla era linda... Espera aí eu acho que não era uma sereia, mas sim eras tu!!
Continua a escrever assim textos que eu adoro lê-los!!!
Bjs!!!