Palavras com Sabor

terça-feira, 19 de junho de 2012

Uma amiga especial…

Era um fantástico dia de verão. Eu estava na praia, perto da minha casa. Os meus pais estavam em casa, e eu estava aqui, a brincar na água. De repente, ali ao longe, vi uma coisa azul. E não, não era o mar… Era comprida essa coisa que estava em cima da areia. Curiosa, fui lá espreitar. E por muito que pareça inventado, era uma sereia! Já tinha lido histórias de sereias em muitos livros, mas nunca tinha visto uma! Ela parecia um pouco magoada, e eu, preocupada, fui à beira dela e perguntei-lhe:
– Estás bem?
– Mais ou menos. Na verdade, estou um bocado magoada. Eu estava a brincar com uma piranharanha quando raspei a minha cauda numa pedra e agora dói-me. Podes ajudar-me? –perguntou ela.
– Claro que sim! Vou só a minha casa buscar os “medicamentos” – respondi.
E lá fui eu à casa de banho buscar os “medicamentos” e pirei-me. Só que, quando voltei, estava lá uma rapariga, mais ou menos da minha idade, de cabelos loiros e uns olhos tão bonitos que me faziam lembrar o pôr-do-sol. Foi então que reparei que ela também estava magoada na perna, como a sereia.
– Sou eu aquela sereia que estava ali deitada – explicou ela. – Quando eu estou muito tempo fora de água sem me molhar transformo-me em humana.
– Aaah! Também tinha lido sobre isso nos livros, mas agora que reparo, até que és parecida com a sereia – disse-lhe eu.
Tratei-a com os “medicamentos” e quando acabei ela perguntou-me:
– Posso ficar em tua casa? É que agora eu não tenho para onde ir e também não sei das minhas amigas.
– Claro que podes! Anda, vamos. Vamos perguntar aos meus pais! – exclamei eu.
Mal cheguei a casa perguntei aos meus pais se ela podia ficar e é claro que eles responderam que sim.
Fiquei muito feliz por ter corrido o risco de ir ter com a Lúcia, a sereia. Fiquei com uma nova amiga e um novo membro na família. Até o Bobi, o nosso pequeno cachorro da família, gostou:
– Ão! Ão!

Mariana Sousa, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A aventura em alto-mar

O barco navegava tristemente à procura de terra quando, pelo caminho, encontrou uma lontra-macho muito simpática, corajosa e bonita, que andava à procura dos pais.
– Quem és tu, pobre criatura? – perguntou o barco muito curioso.
– Sou uma lontra, chamo-me Miguel e ando à procura dos meus pais – respondeu a lontra tristemente.
– Bem, podes vir comigo. Talvez encontremos os teus pais pelo caminho – sugeriu o barco.
– Está bem – aceitou a lontra.
Pelo caminho foram-se conhecendo melhor. De repente as nuvens cinzentas taparam o sol, começou uma enorme tempestade e o mar ficou muito agitado.
Eles olharam para trás e viram um tsunami na sua direção. Quando o tsunami os engoliu eles desmaiaram.
No dia seguinte, de manhã, acordaram com o canto das gaivotas e o sol forte a bater-lhes na cara e assim continuaram o seu caminho até serem de novo surpreendidos por uma desagradável surpresa. Agora não foi uma tempestade, mas sim um tubarão. O tubarão nadava à volta deles. Mal o viram, pensaram em fugir, mas o tubarão não os largava. Logo a seguir apareceram os pais da sua amiga lontra que, quando os viram em perigo, chamaram reforços para apanharem o tubarão, e o tubarão fugiu com medo do enorme exército de lontras que ali se juntou.
O barco teve então de se despedir da sua amiga lontra, porque tinha de continuar o seu caminho à procura de terra.
– Adeus amigo, espero um dia voltar a ver-te – despediu-se o barco da lontra.
– Adeus – disse a lontra.
O barco seguiu em frente e, finalmente, um dia após a despedida, acabou por encontrar terra. Conheceu pessoas, fez novos amigos, arranjou uma casa, e até já tem um novo emprego.

Tiago Quintas, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

domingo, 17 de junho de 2012

A Aventura dos Míticos

Era uma vez um rapaz do povo da Idade Média que vivia um bocado mal. Ele era um rapaz de média estatura e um pouco magro, que queria sempre mais do que fazia e estava sempre a tentar passar os objetivos.
Certo dia lembrou-se que no topo da Montanha Tenebrosa havia uma gruta. Todos os homens que lá tinham tentado ir, nunca mais voltaram para contar o que havia na tal gruta. Com muita coragem disse a si próprio:
– Amanhã parto para a gruta!
No próprio dia desmontou a tenda e preparou a comida, a roupa e até armas para se proteger, como uma espada bem afiada. No fim arrumou tudo numa mochila e foi dormir.
No dia seguinte pegou na mochila e partiu. Para chegar à gruta passou pelo “País da Pedra”, onde vivia o Basilisco, por um grupo de Centauros, pelo labirinto do Minotauro, por uma manada de Pégasos, por uma floresta de Lobisomens e…, finalmente, a gruta. Mesmo antes de entrar ouviu um som que parecia o fogo a dar estalidos na lenha e, logo a seguir, veio um cheiro a queimado.
O homem, cheio de curiosidade, entrou na gruta.
– Mas o que estará lá dentro? – perguntou-se a si próprio, assustado com o barulho ameaçador.
Quando entrou viu uma ave, que estava quase morta e que faleceu logo a seguir. Ao fim de algum tempo, inesperadamente, a ave começou a arder e, num curto espaço de tempo, ficou em cinzas. De súbito, saiu uma espécie de relâmpago de fogo, mas em vez disso era uma águia de fogo. Era quente e cheia de chamas como o Sol e bela como a Lua. No início chamou-lhe Fire Eagle, mas depois escolheu outro nome, Fénix.
Foi quando a criatura começou a atacar com bolas de fogo. O rapaz ergueu a sua espada bem afiada, lutando corajosamente e esquivando-se dos ataques da criatura, chegando assim vivo ao fim da batalha. O rapaz venceu, por fim, e voltou todo contente para casa, trazendo uma pena da Fénix para que, sempre que a visse, se lembrasse da melhor batalha da sua vida.

Tiago Quintas, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O texto da Camila

Certa vez, dia quentíssimo, mas estranho, fui para a praia correr. O ar estava tão quente que abafava e o céu nem sei se estava cinzento ou preto…
A areia estava preta, o mar escuro e as pedras brilhavam mais do que nunca. Não sabia porquê.
Ao correr vislumbrei uma espécie de peixe gigante, o que era muito estranho. Fui acelerando cada vez mais o passo para descobrir o que aquilo era.
Reparei que era uma espécie de sereia. Tinha cabelo azul-marinho como a água dos mares das ilhas tropicais, tinha olhos como o mar, tinha a cara pálida como as nuvens. Nunca tinha visto algo tão bonito.
Curiosa, interroguei-a:
– Quem és tu?
– Eu-eu-eu sou a Estrelícia! – gaguejou ela.
– Não tenhas medo. Eu não te magoo – disse-lhe eu para a tentar acalmar. – Mas como é que vieste aqui parar?
– Acho, acho… Acho que não me lembro!
– Mas não vinha ninguém contigo?
– Sim, aquele tubarão! – apontou ela para o fundo do mar.
Mal ela acabou de dizer isto já tínhamos o tubarão à nossa beira.
– Mas-mas-mas ele não mor-mor-de? – assustei-me eu.
– Não, ela é muito calma!
– Olá! Eu sou a Berlindes! – exclamou a Berlindes. – Ora foi assim. Nós queríamos vir aqui ver os humanos, mas ao virmos na corrente do mar fomos contra um barco. A Estrelícia quase se afogava, mas conseguiu aguentar-se! Mais à frente vislumbramos umas ondas pequenas, que na verdade eram gigantes!
– Podias passar à frente?
– Porquê?! – perguntou a Berlindes.
– Porque está a ser muito interessante… – respondi.
– A sério?
– Não, totó, se não eu não te pedia para passar à frente! – gozei eu com ela.
– Não sejas má. Onde é que eu ia? Ah, já sei. Viemos aqui parar por causa de uma onda gigante. É por isso que ela tem assim a cauda em mau estado.
– Então vamos a minha casa, que eu trato-te da cauda – afirmei.
– Ok! Mas há um probleminha!
– Qual é?
– É que se eu estiver muito tempo fora de água fico que nem um sushi.
– Não há problema. Eu tenho uma banheira e ponho-te lá dentro. Não podemos é levar o tubarão!
– Eu não me importo! ­ – disse a Berlindes.
Então fomos a correr para casa.
Quando chegámos a casa, pu-la logo na banheira. Ao pô-la na banheira perguntei-lhe:
– Enquanto eu te trato da cauda, será que me podes falar do fundo do mar?
– Mas é claro! Depois de tudo o que tu fizeste por mim, é o mínimo que posso fazer por ti – riu-se a Estrelícia. – Então vamos lá falar do mar. O mar é o sítio mais lindo que o Homem conhece. Não há poluição nenhuma. A areia é da cor do meu cabelo, as pedras são rosas e até as algas são amarelas! Existem variadíssimas espécies de peixes, plantas e até bebidas diferentes. Os peixes nunca estão zangados: os peixes-balões incham, mas não é por estarem chateados, e há peixes com caras tristes, mas não é por estarem tristes, mas sim porque as caras deles são assim. Lá no mar é tudo lindo!
– Já está tudo pronto. Estás como nova – avisei-a eu. – Quem me dera viver na tua terra, mas não posso, pois tenho cá os meus amigos e a minha família e nunca conseguiria respirar debaixo de água!
– Obrigada! Já agora no fundo do mar existe um cientista que está a criar uma fórmula para que os humanos consigam respirar debaixo de água. Quando o Buoris conseguir acabar essa experiência, eu trago-ta cá acima para a tomares e depois poderás ir ver o fundo do mar, como tu tão desejas.
­– Ok! Agora vou levar-te para a água.
Fomos a correr para a praia, onde o pai dela estava à sua espera para a levar.
– Obrigado por teres cuidado da minha filha!
– De nada! Foi um gosto curar sua filha, Tritão! – disse eu ao Rei dos Mares.
– Gostei muito de te conhecer, Estrelícia!
– E eu a ti!
Mal ela acaba de dizer isto, ela, o Tritão e a Berlindes mergulham e vão para casa.
– Acabei mesmo tudo a horas de ir para casa!
Depois deste dia cansativo, finalmente, fui para casa comer.

Camila Neto, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

domingo, 10 de junho de 2012

O Finoscórnio

Certo dia, encontrei numa floresta o meu herói a lutar com um Ogre. O meu herói chamava-se Finoscórnio, era valente, inteligente e foi muito importante para a História de Portugal e para os Descobrimentos. Era uma das poucas pessoas que lutava com quem quer que fosse só para salvar alguém. Era admirado especialmente pelo povo de um país que foi muitas vezes salvo por ele, a Holanda.
Em todas as guerras ele montava o seu cavalo chamado Unicórnio. O Unicórnio era um cavalo com um chifre, que era falado nos livros da mitologia e que tinha o poder de proteger o homem contra o pior veneno. O meu herói adorava tanto, mas tanto montar nele que já nem se lembrava quantas vezes o fizera…
Um dia, Finoscórnio foi chamado para ir combater um grande monstro na Alemanha.
De pronto montou no seu unicórnio e, como sempre, dirigiu-se ao local da batalha. Demorou quatro semanas, mas, por fim, chegou ao seu destino.
Foi falar com o Chanceler, que era quem governava a Alemanha, e ele disse-lhe que lhe daria uma recompensa se Finoscórnio conseguisse derrotar o grande monstro que aterrorizava toda a Alemanha.
Quando Finoscórnio chegou ao lugar onde ia decorrer a grande batalha, ele viu que o monstro era diferente de todos aqueles que antes enfrentara. O monstro era feio e feroz, tinha um nariz maior que o chifre do Unicórnio, tinha uma boca igual à de uma formiga, uns olhos que pareciam de bruxa, uma verruga no seu gigantesco nariz e parecia estranhamente amaldiçoado.
Finoscórnio, quando viu tal monstro, pediu a Deus que o ajudasse naquela horrível e aterrorizante batalha. Para ele, aquela seria pior que a Batalha de Aljubarrota.
Então o meu herói preparou-se para a batalha: desembainhou a espada, colocou o seu capacete de ouro e foi em frente. Pela primeira vez o meu herói estava com um bocado de medo, mas não o queria admitir. Ao ver o monstro avançar na sua direção Finoscórnio cerrou os olhos e disse subitamente:
– Vais morrer!
Finoscórnio só dissera aquilo para se encorajar, como se se quisesse convencer de que iria mesmo matar aquela criatura, mas quando o monstro ouviu estas palavras ficou com tanto medo que fugiu a sete pés, sem dar luta, e nunca mais regressou àquele reino. Finoscórnio não percebeu muito bem o que acontecera, pois estava com os olhos fechados quando o monstro fugiu.
Dirigiu-se, então, ao Chanceler para pedir a prometida recompensa. A recompensa era um cavalo que pertencera a um valente homem que tinha vivido muitos séculos antes, o grande conquistador D. Pedro.
Finoscórnio recusou a oferta e disse que não queria nenhum cavalo a não ser o que ele já tinha.
Satisfeito pelo trabalho que realizara, voltou a sua casa, pensando em como era um verdadeiro herói, mesmo tendo tido medo do monstro. Mas isso era um pormenor que ninguém sabia…

Inês Lomba, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

O meu encontro especial

Num dia de nevoeiro, em que o sol pouco ou nada se via, as nuvens reinavam no azul do céu e as pessoas não queriam sair de casa, eu fiz uma coisa invulgar para dias como aqueles. Eu fui à praia. Caminhando junto a linha do mar, perdida nos meus pensamentos, ouvia a rebentação das ondas e sentia o cheiro a maresia.
Subi até ao pontão e, quase na ponta, sentei-me com o olhar na direção do infinito, pensando nos meus amigos que já não via há muito.
De repente ouvi um murmúrio… Seriam os búzios? Não, parecia um pedido de ajuda, aflito, leve, num tom agudo. Olhei a toda a volta. Foi então que vi uma figura humana numa rocha.
Fui lá ver. Subitamente, “pum pum”, dois relâmpagos rebentaram e começou a chover. Quando lá cheguei vi que era uma sereia, daquelas das lendas contadas pelos velhos marinheiros. Estava ferida, a esvair-se em sangue.
Sem nada dizer, fui buscar ligaduras e um penso à prova de água a uma cabana de surfistas, próxima da costa.
Quando cheguei lá a sereia disse:
– Obrigada, toma este colar que te ajudara. É um amuleto.
Peguei no colar, pousei-o na areia e coloquei-lhe a ligadura à volta da cauda. De súbito ouviu-se um trompete e a sereia voltou para dento de água. Mas primeiro perguntou-me o nome.
– Como te chamas? – perguntou.
– Inês, e tu? – voltei a perguntar, curiosa.
– Estrela – respondeu.
É daquelas amigas que nunca esquecerei. Agora vou todos os dias à praia procurá-la, mas nunca a encontro. Só pedras, búzios, conchas, areia, água e peixes.
Ah! Se a vires, diz-me…

Inês Malheiro, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)

domingo, 3 de junho de 2012

As aventuras do Neblina Branca [da Mariana]

Era uma vez um barquinho que tinha participado numa regata. Todos os seus companheiros tinham naufragado, só ele se salvou. Mas o Neblina Branca estava tão triste que preferia ter naufragado com os seus amigos.
Eu já não sei para onde vou, alguém que me ajude…! – implorava, gritando o barquinho.
Passaram-se semanas… meses… e o barquinho continuava navegando sozinho e sem rumo. Até que um dia foi contra um iceberg… Abriu os olhos e avistou imensos blocos de gelo. Sentiu ainda que o clima, nesse lugar, era muito frio.
De repente, ele avistou uma baleia azul que ia a todo o vapor na sua direção!
O barquinho, com o susto, ficou paralisado. Só se salvou porque veio muito vento, que, subitamente, o arrastou para fora da boca da baleia. A baleia azul ficou chateada, pois estava com fome e perdera o seu almoço. Por causa dessa deceção, a baleia azul optou por ir procurar alimento noutro sítio.
O barquinho andava naufragado, outra vez, pelo mar Antártico. Olhou em sua volta e a única coisa que ele viu foi um arminho. Tinha a pelagem branca, era macho, e era pequeno e fofinho.
O barquinho estava contente e ao mesmo tempo assustado, era uma mistura de sentimentos. Ele não sabia se devia ir ter com ele ou não, pois o arminho podia ajudá-lo e, na pior das hipóteses, também o podia rasgar ou comer.
Mas o barquinho acabou por não ter tempo de escolher, o arminho foi ter com ele e perguntou-lhe:
O que é que um barquinho de papel está aqui a fazer? Precisas de ajuda? – perguntava inquietantemente o arminho.
Sim, preciso de ajuda. Estou perdido, não sei onde estou! – dizia aflito o barquinho.
Bem, quanto ao estares perdido, não te posso ajudar. Mas se queres saber onde estamos, bem, estamos na Antártida! – respondeu o arminho com orgulho por poder ajudar.
Muito obrigado, mas tu não és daqui, pois não? – perguntou o barquinho, que já se tinha apercebido que o arminho ia passar a ser o seu melhor amigo.
Não, não sou daqui, eu estou com uma tripulação que, por acaso, está mesmo a embarcar. Já sei! Queres vir comigo e com a minha tripulação? – perguntou o arminho entusiasmado com a ideia de ter um novo membro na tripulação.
OK, mas para onde é que a tua tripulação pensa ir? – interrogou-se o barquinho.
Bem, nós pensamos ir para a América do Norte, mais exatamente para o Canadá – respondeu o arminho.
Tripulação, todos a bordo! – gritou o capitão.
Credo, que susto! Este capitão assusta-me sempre – resmungou o arminho. – Então, vens ou não, barquinho?
Claro, entre ficar aqui a morrer de hipotermia a ir contigo à aventura é óbvio que escolho ir contigo! – exclamou o barquinho.
É assim mesmo, gosto de marujos corajosos! – dizia o arminho para o barquinho ouvir.
E lá foram os dois. O arminho tirou o barquinho da água gelada e correu para o barco com o barquinho nas patas.
A tripulação juntou-se e deu as boas vindas ao barquinho. No princípio o barquinho ficou envergonhado, mas depois correu tudo bem, até ao dia em que veio uma tempestade enorme e com trovoada. O barquinho, coitado, só ouvia o capitão a gritar:
Venham cá para dentro… Fechem o convés…
Assustado, o barquinho perguntou ao arminho o que é que se estava a passar:
Mas o que é que se passa, arminho? Vamos ao fundo, como o Titanic?
Não, nada disso. Aqui ninguém vai ir ao fundo, vai ficar tudo bem… – com a intenção de tranquilizar o barquinho, o arminho tentava que ele acreditasse que ia ficar tudo bem.
A tempestade era enorme, os trovões barulhentos, era assim a tempestade. O barco andava de onda em onda e tudo no convés abanava. Era a segunda aventura do barquinho, mas muito mais violenta do que a primeira. Cansado, o barquinho fechou os olhos e assim se manteve durante horas, temendo que aquela noite nunca mais acabasse, ou que tivesse ali um triste fim.
Acordou, depois, com umas gotas, incómodas, a caírem-lhe na proa. Já era de manhã e a tempestade tinha passado, os trovões tinham evaporado, e as ondas grandes tinham acalmado. O capitão exclamou, então:
Estamos em terra!
A tripulação, agitada, gritou:
Éééééééééhhhhhhhhhhhh…
O barquinho estava supercontente. Quer dizer, ganhou um amigo. Ia estar sempre com ele e ia viver uma aventura no Canadá.
Só que… Má escolha… Naquele país as pessoas estavam à caça de arminhos, por causa da sua pele maravilhosa. Pobre arminho…
Aaaaahhhhhhh… Não, ele não morreu! O barquinho, o capitão e os tripulantes foram embora a tempo. Mas não foram de barco, o capitão foi para o Alasca, onde não se caçam arminhos. Foi para lá de charrete.
E foi lá que o barquinho, o arminho e o capitão passaram o resto das suas vidas e o barquinho teve a oportunidade de assistir a três casamentos, o do arminho com a arminho, a do capitão Barte Lomeu com a cozinheira Isolda e, é claro, o seu casamento: “NEBLINA BRANCA” + “NEBLINA NEGRA”. E estes três casais viveram felizes para sempre.

Mariana, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora) [criação original a partir da leitura de um excerto da obra A máquina de fazer palavras, de José Vaz]

sábado, 2 de junho de 2012

Quando eu crescer... [da Inês Lomba]

Vou contar-vos o que eu imagino sobre o meu futuro aos 20 anos. 
Em primeiro lugar, gostaria de tirar o curso de Medicina e trabalhar em Paris, porque quando era mais nova essa era a cidade que eu desejava visitar, e depois gostaria de viajar pelo mundo inteiro. Gostaria de fazer novos amigos, e nunca me esqueceria da minha família. Quereria viajar com eles, porque não gosto de ficar muito tempo longe dos meus pais e dos meus avós.
Nos meus tempos livres gostaria de jogar futebol. Poderá ser de rapazes este desporto, mas também é o meu desporto favorito.
Também gostaria de me casar com uma pessoa inteligente, uma boa pessoa… Gostaria de ter duas filhas, porque gosto muito de meninas. Estou ainda na dúvida se gostaria de ter gémeas.

.....................................................................................Inês Lomba, 5.º A (E.B. de Vila Praia de Âncora)